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Nov 28 / 2025

O número de bicicletas elétricas nas ruas portuguesas continua a crescer — e com ele surgem novos desafios que não estavam no radar há poucos anos. Um dos mais relevantes é a circulação de e-bikes adulteradas, modificadas para ultrapassar os limites legais de potência e velocidade. Um fenómeno que, embora não seja surpreendente para um país onde se aprecia “um bocadinho mais de potência”, está a preocupar autoridades, utilizadores e fabricantes.

A lei, em teoria, é simples: uma e-bike é considerada velocípede se tiver um motor com assistência até aos 25 km/h. Dentro destes limites, não necessita de matrícula, seguro obrigatório nem carta de condução. Mas basta uma alteração — muitas vezes feita em oficinas informais ou seguindo tutoriais na internet — para que o veículo passe para uma categoria completamente diferente. A partir daí, aplica-se outro conjunto de regras… que muitos ignoram.

Esta falta de clareza entre os utilizadores contribui para o ambiente de confusão. Há quem circule convicto de que tudo está dentro da lei, quando a bicicleta já ultrapassa a velocidade pensada para ciclovias ou zonas partilhadas. A fiscalização, por sua vez, enfrenta o desafio de identificar estas modificações num cenário onde a variedade de modelos e adaptações aumenta a cada mês. Não é simples distinguir uma e-bike legal de outra que atingiu um nível de entusiasmo tecnológico pouco compatível com o espaço urbano.

Mais preocupante ainda é o impacto na segurança. Quando um veículo concebido para velocidades moderadas começa a circular ao ritmo de um ciclomotor, aumentam os riscos para o próprio ciclista e para quem partilha o espaço público. E numa altura em que as cidades portuguesas procuram reduzir o tráfego automóvel e promover alternativas sustentáveis, este tipo de desvios pode comprometer a confiança no sistema de mobilidade elétrica.

Do lado da Beeq — enquanto marca portuguesa que produz e-bikes dentro da lei e com foco na segurança — acompanhamos estas discussões com atenção. Para que a mobilidade elétrica continue a crescer de forma saudável, é essencial que utilizadores compreendam as regras e que as autoridades tenham meios para garantir o seu cumprimento.

Num país que ainda está a construir uma cultura de mobilidade suave, o equilíbrio entre inovação, liberdade e responsabilidade será determinante. A tecnologia pode ajudar muito, mas não resolve tudo. No final, a segurança nas nossas ruas depende tanto do equipamento como do bom senso com que o utilizamos.

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